quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A importância da organização

Sou uma pessoa que adora caminhar.

Comecei com meu pai na Praia de Boa Viagem, em Recife. Ainda lembro da 1a vez que fui com ele até a Praia do Pina e voltei. Esse percurso, segundo o Google maps, tem um pouco mais que 10 km.

Depois disso não parei mais.

Um pouco depois também comecei a caminhar com os amigos na Mata de Dois Irmãos. Fica alí pertinho do Zoológico e dava para entrar lá sem precisar pagar. Com não tinhamos que pular cercas ou muros, não considero falha nossa.

Já nessa época eu não levava nada para uma caminhada que durava umas 03 ou 04 horas.

O tempo foi passando e o percurso pela praia cresceu. Comecei indo de Boa Viagem até o final deCandeias. Um percurso de mais ou menos uns 20km.

O tempo foi passando, os percursos das caminhas crecendo e decidimos ir até Porto de Galinhas..Um percurso de uns 110km pela práia.

Até essa data a gente já tinha feito várias caminhadas pelo litoral, alí na areia da praia mesmo. Em todas elas eu ia só com uma bermuda, uma sandália de praia, uma camiseta, um boné (nem sempre) e ajudava a carregar a bolsa com água e algum lanche.

Na turma também tinha Clif e Cezar.

Clif seguia o mesmo estilo que eu. A diferença é que ele preparava o sanduba natural com galinha desfiada. Todo mundo rachava a conta.

Cezar já era mais Organizado (Precisa ver ele montando um cachorro-quente...tudo simetricamente organizado dentro do pão). Além da sandália, bermuda, camisa, chapéu, ele sempre levava uma bolsa com coisas que eu não sabia para que.

Bom, chegou o dia de da tal caminhada até Porto de Galinhas e lá fomos nós. "Falou Zé, vou fazer uma caminhada e volto mais tarde" disse ao meu Pai.

Como estávamos acostumados a superar qualquer dificuldade, ninguém pesquisou nada (Não existia Google maps em 2000).

Saímos andando, "alugamos" um barco para atravessar o rio até a Praia do Paiva e andamos, andamos, andamos, paramos para comer e beber água algumas vezes e andamos, andamos.

Lá pelas tantas chegamos na Praia de Gaibú, um lugar bonitão, cheio de rochedos, de onde se tem uma bela vista. Paramos lá na antiga Casa do faroleiro, batemos mais um rango e seguimos.

Passamos por mais uma pequena praia chamada Paraíso e chegamos na Praia de Suape. Lá no final da praia tem um Grande Hotel, se não me engano um Blue Tree.

Chegando lá na pontinha da praia, falamos com um funcionário do hotel que estava guardando pequenos barcos, boias, coisas do gênero, que nos informou que não dava para atravessar a gente porque tava tarde e ia complicar o lado dele.

Foi aí que ele avistou um jangadeiro saíndo do rio, vindo em direção da praia e falou que o ideal era ver se o jangadeiro poderia nos ajudar.

Bom, saímos correndo para chamar o pescador.

Segue diálogo:

"Boa tarde amigo (da onça), tamo indo numa caminhada até Porto de Galinhas e descobrimos agora que não tem como atravessar esse rio. O Sr pode nos ajudar?"

"Cobro R$ 50,00 para deixar vocês LÁ do outro lado"



"O Sr não faz por R$ 20,00 não?"

Silêncio!

Uma cara estranha

Um bico

"ééééh da sim..subam"

Lá fomos nós. Todo mundo alegre, feliz. O Sol já tinha baixado, o que deixava a caminhada menos cancerígena.

Chegando lá do outro lado, descemos da jangada e saímos andando. Logo avistamos o Porto de Suape.

"Nossa! Parece visual de filme estilo Mad Max"

Depois de andar alguns minutos, descobrimos que estávamos numa ilha. Clicando em ilha você verá onde fica o Estaleiro Atlântico Sul. Tirando um pouco do zoom, você vai ver a tal ilha onde passamos a noite inteira.

Bom, foi aí que descobri que a bagagem organizada de Cezar era super importante. Bom, ele tinha repelente para compartilhar, um lençol e um cobertor e acho que ainda alguma roupa seca.

Naquele lugar existem mosquitos que não tão nem aí pra repelentes de uso residencial e com aproximadamente 50cm de ferrões, bicos, estre outras armas quase mortais para os desorgnizados.

Acho que a única hora que Cezar acordou foi quando Clif se lavantou e saiu para a água correndo doido e gritando palavras do tipo PQP! Barai! Eu me rendo! Me leve Sr.  Em seguida ouvimos o som do mergulho. Ele passou o resto da noite dentro na água. No outro dia ele disse que foi mais fácil espantar os tubarões.

Simmm. Todo o tempo passado lá foi repleto de dúvidas. Ninguém sabia se o jangadeiro nos deixou numa ilha porque não pagamos o que ele pediu inicialmente ou se ele queria voltar para uma caçada.

Bom, no mínimo ele soltou os mosquitos Nível 10 lá.

Depois disso nunca mais fizemos uma caminhada sem montar um projeto para organizar tudo.

Sim...no dia seguinte conseguimos sair da ilha com a ajuda de um outro jangadeiro e voltamos para Recife.


Abração pessoal!


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saúde e paz

Um comentário:

  1. Mais uma vez parabéns pelo blog, cara ta muito bom, voltando pra história, no fim de tudo, valeu pela "caminhada" ahahahah... Abraço

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