sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Não pergunte o que o seu país pode fazer por você, mas o que você pode fazer pelo seu país

A frase "Não pergunte o que o seu país pode fazer por você, mas o que você pode fazer pelo seu país" de John Kennedy, poderia ser dita por algum governo brasileiro nos últimos 10 ou nos próximos 10 anos.

Não tô aqui pra falar do antigo, atual ou do próximo governo do Brasil, de seus estados e cidades. Até já gostei de acompanhar a política. Hoje em dia gosto mais de estudar o comportamento dessa coisa toda, dessa bagunça aos olhos de muitos, chamada política brasileira.

Entendo que um governo paternalista não é o melhor caminho para nenhum país, mas o brasileiro esteve ou estará em condições de pensar assim?

Para muitos de nós que temos acesso a este texto é muito fácil pensar que sim.

Em praticamente todas as empresas ou lugares que vou, faço questão de quando possível falar um pouco com as pessoas de origem mais humilde. Tento guiar o conversa por um caminho que eu possa entender em um curto espaço de tempo como é a vida dessas pessoas.

Na maioria das vezes saio impressionado com a forma com que elas encaram os problemas dessa vida. Problemas esses que muitas vezes não existem em outros países.

Bom, voltando aos meus diálogos, sempre que posso bato um papo com Seu Jorge, um brasileiro de origem humilde, bom de memória, de coração, mas que infelizmente não teve grandes oportunidades, pelo menos não as mesmas que os meus pais puderam me oferecer.

Ele tá com algum problema nos olhos e sempre diz que tá ficando com a visão cada vez mais embaçada. Eu já vi ele sair para o médico várias vezes, mas nunca conseguiu ser atendido realmente. Em uma das vezes a "Dra" nem olhou para ele direito, numa sala repleta de outros pacientes que provavelmente continuam doentes em algum alugar, esperando um bom atendimento.

Hoje (03/09/10) ele chegou P da vida. Disse que depois de sair de casa as 4:00 AM e esperar horas num fila, a atendente informou que precisava (mais uma vez) remarcar a consulta dele, dessa vez para outubro.

O interessante é que ele nem é muito religioso, mas depois de falar por alguns instantes ele parou e penou alto "Dizem que papai do céu ajuda quem precisa. Chegou a hora de ver se ele vai poder me ajudar, porque não aguento mais o desrespeito com o pobre. Nesses postos e clínicas eu vejo centenas de pessoas na mesma situação que eu"

A coisa é tão complicada que ele não tá mais nem reclamando da visão e sim da falta de respeito com o pobre.

Esse mesmo Jorge, que poderia ser João, Pedro, Tadeu, Antônio, Rodrigo, vai se distrair domingo vendo o time dele jogar lá no Mundão do Arruda. Ainda bem que existe o futebol, a tal Pátria em chuteiras. Nelson Rodrigues deve ter refletido muito sobre isso.

Observando histórias como essas eu vejo que nem de longe podemos pensar em pensar que o Brasil não deve ser paternalista. O Brasil tá longe de ser paternalista. Essas bolsas não são paternalismo. Têm outro nome que não vem ao caso.

O governo ainda tem muito o que fazer pelo nosso Povo. Povo de uma forma geral, porque quando se fala em falta de saúde, educação, segurança, respeito, dignidade, ... para a parte mais carente, os respingos dessas omissões alcançam todas as classes sociais.

Bom, é isso. 

Bom final de semana

Saúde e paz

http://twitter.com/rodbramos

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