quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Software livre e seus benefícios

O software livre gera muitos, muitos benefícios em várias áreas. A idéia desse post é contar algumas histórias de minha experiência e alguns pontos de vista.

Acho que o S.O. (sistema operacional) Linux é o maior exemplo de um projeto de software livre bem sucedido. Seu modelo de desenvolvimento distribuído e compartilhado é impressionante.

Existem milhares de pessoas pelo mundo trabalhando no desenvolvendo de partes deste sistema operacional e em seus aplicativos. O desenvolvimento de muitos desses aplicativos seguem esse mesmo modelo compartilhado.

O processo é mais ou menos assim: Uma pessoa identifica uma necessidade e começa a trabalhar em um software que possa atender tal necessidade. Se for o caso, ela pode hospedar seu projeto em um site como o Freasmeat, onde vai disponibilizar o código e sua documentação. Caso alguém tenha a mesma necessidade pode fazer uma busca e encontrar o projeto no Freasmeat. Esta pessoa pode fazer várias coisa, entre elas: baixa e usar, reportar bugs, divulgar, colaborar no desenvolvimento do código, colocando a mão na massa, assim como também pode pegar o mesmo código e colocá-lo em outra solução. Caso este programa esteja sob alguma licença open source, ele terá que seguir os critérios do licenciamento para utilizá-lo.

Bom, o legal dessa coisa toda é a possibilidade de você poder usar, estudar, transformar, .... ser feliz usando um software que uma ou muitas pessoas espalhadas pelo planeta desenvolvem sem te cobrar nada por isso.

Existe uma briga por parte de algumas pessoas que afirmam que o software livre é melhor ou pior que o software proprietário. Que o Windows é melhor que o Linux. Isso é bobagem.

É lógico que para algumas funções uma solução livre pode ser melhor que a paga e vice-versa, mas no geral, para o dia-dia, eu acredito que o pulo do gato está na capacidade técnica de quem configura um ou outro. Vamos deixar esse papo para lá... No final das contas não chegaremos em lugar algum.


Ainda hoje, conversando com um estagiário, durante visita a um cliente, que está estudando redes de computadores na faculdade, eu sugeri que ele desse uma olhada no linux e em suas soluções. Esse foi o meu caminho e tem sido muito bom.

Vou tentar explicar porque segui este caminho e porque foi importante para mim.

Quando fui trabalhar num provedor de Internet, no final dos anos 90, conheci Alejandro Mick Jagger Flores e Afonso Bione. Esses camaradas já usavam linux e diziam que era a melhor solução para se ter no provedor de Internet. Lógicamente segui os caras.

Pouco antes de instalar o Red Hat (uma distribuição/tipo de Linux) na minha estação de trabalho, eu tinha muitos problemas com o Windows. Esses problemas ocorriam porque eu vivia instalando ferramentas na minha máquina para analisar tráfego de rede e estudar os protocolos. Além disso eu fazia visitas constantes aos sites de "hackers" para baixar suas ferramentas e ler suas histórias. Em alguns casos bastava acessar um site que a máquina pirava. Era uma onda. Eu adorava clicar nos gifs animados que diziam "Não clique aqui". Era clicar e ser infeliz e feliz ao mesmo tempo.

Comecei a blindar minha máquina contra os efeitos dessas visitas, mas o que eu sempre tinha que fazer era reinstalar o Windows 95/98 e tudo mais. Perdia um dia todo nesse processo.

Lembro que quem me apresentou esses sites e algumas ferramentas foi Luciano Moreira, que ainda hoje deve trabalhar lá na Emprel. Lembro que eu chegava lá as 8:00 e ficava até umas 22:00. Luciano, que era desenvolvedor, chegava para trabalhar no meio ou final da tarde. Ele gostava de trabalhar à noite. Caba bom. Não tenho notícias dele faz tempo.

Aos poucos fui vendo que Alejandro e Afonso não passavam pelo problema de ficar reinstalando a máquina.

Ainda no Windows conheci com o outro Luciano, o SubSeven. Era um caválo de tróia maravilhoso. Ele fazia de tudo com suas máquinas servidoras. O que eu fazia era procurar máquinas infectadas na Internet para estudar e infernizar a vida dos usuários, abrindo o drive de cd, virando a tela 90 graus, movendo o mouse, ... enfim, eu era o dono da máquina.

Certa vez descobrimos ( Luciano Mauro e eu) que  algumas máquinas na Emprel estavam infectadas, e depois de estudar de que forma os servidores estavam configurados descobrimos que eles estavam capturando as informações de agência, conta e senha dos bancos, dos usuários das máquinas infectadas. Logicamente fizemos uma reunião e contamos o ocorrido para os nossos chefes.

Depois daí mergulhei no Linux. Instalei na minha estação de trabalho e até hoje sou um usuário feliz pra barai.

Nesse mergulho, eu conheci maravilhosas ferramentas para estudar protocolos, criar pacotes de rede, controlar e monitorar o tráfego, .... enfim, meus computadores se tornaram verdadeiras caixas de ferramentas maravilhosas. Ferramentas como Ethereal, Snort, TCPDump, me ajudaram e ajudam muito. O melhor de tudo é que elas são Free, estão sob a GNU General Public License.

Muito provavelmente se não fosse por eu ter migrado para Linux, eu não teria a mesma visão sobre redes e sistemas operacionais. Isso porque eu não teria grana para ter ferramentas tão boas quanto as que eu citei ao meu dispor.

Instalar essas ferramentas era outra viagem interessante, porque não era possível clicar duas vezes sobre um ícone. O Linux era bem pé duro e isso possibilitava um profundo mergulho em algumas funções de um sistema operacional.

Essa necessidade de mergulhar no S.O. para fazer as coisas foram me dando muita bagagem.

Nessa mesma linha de fazer as coisas sem os simples cliques, eu tive um curso de Webdesign com Ronaldo Castro, lá na Emprel. Putz! Ele colocou a turma para montar, mapear uma área clicavel em uma figura, na mão, sem utilizar os recursos do Front Page, muito utilizada à época para criar home pages (termo utilizado nos anos 90). Esse Post poderia se chamar "Clicar otimiza, mas não te deixa mergulhar".

Por último....

As empresas com as quais trabalho hoje vivem basicamente do software livre. Nosso faturamento é sobre os serviços, que executamos utilizando softwares livres. O que nós fazemos é estudar ferramentas para utilizá-las nos projetos dos clientes e oferecemos nossos serviços de suporte ou gerencenciamento para manter tudo funcionado. Não sabemos o que é pirataria e nem escondemos os nomes das ferramentas ou de seus autores.

Viva o software livre!!!!

Vou me organizar para escrever sobre software livre e os modelos de negócio que ele gerou.

Mandem suas dúvidas e sugestões para rodrigo.ramos@triforsec.com.br

tô no http://twitter.com/rodbramos

t+
saúde e paz

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